Quanto maior sua capacidade aeróbica, mais energia, fôlego e tempo de vida.
Mas isso não acontece por acaso: é preciso treinar na frequência cardíaca certa.
Hoje o tema é aeróbico e longevidade — e por que treinar o fôlego é uma das formas mais seguras e eficazes de prolongar a vida.
🔬 Além do Óbvio - O motor da longevidade 🔵🟠
🔷🔶 O que é o VO2 máximo?
O VO₂ máximo mede quanto oxigênio seu corpo usa no esforço máximo. Ele é o teto da sua capacidade aeróbica, o verdadeiro indicador de vitalidade. Quanto maior o VO₂, mais fôlego, energia e longevidade.
Um bom VO₂ significa que coração, pulmões e artérias trabalham em perfeita sintonia, levando oxigênio até as mitocôndrias, suas usinas de energia. É isso que permite caminhar, subir escadas ou dançar sem ficar sem ar.
Como é medido: o VO₂ máximo é medido em testes de esforço em esteira ou bicicleta, usando uma máscara que calcula quanto oxigênio o corpo consome. O resultado mostra a eficiência com que você transforma ar em energia.
Hoje, relógios inteligentes estimam o valor pela frequência cardíaca e ritmo de treino, tornando fácil acompanhar seu progresso.
Mais que colesterol ou pressão, o VO₂ máximo prevê quanto e como você vai viver.
⭐E o melhor: ele melhora com treino.
Treinar o fôlego é treinar a longevidade. 💙🧡
🔵🟠 Entenda o que é sua base aeróbica
Se o VO₂ é a quantidade de oxigênio que o corpo transporta e usa, a base aeróbica é a eficiência com que ele transforma esse oxigênio em movimento.
Um campeão pode ter o mesmo VO₂ que o último colocado — e ainda assim vencer — porque tem músculos mais adaptados, mais capilares sanguíneos e mitocôndrias mais numerosas e eficientes.
🔹 Pense assim: se o esforço é dividido entre mais fibras musculares, o oxigênio é distribuído por mais vasos e cada mitocôndria produz energia com menos estresse, o desempenho sobe enquanto o desgaste cai.
Expandir a base aeróbica significa melhorar performance, acelerar a recuperação e fortalecer o metabolismo. É a fundação invisível da longevidade.
🔷🔶 Zonas de Frequência Cardíaca: o mapa do esforço inteligente
💙 Treinar com inteligência é alinhar o batimento do coração com o consumo de oxigênio.
Cada zona mostra o quanto o corpo está usando seu VO₂ — e o que ganha com isso.
Elas são como faixas de energia: cada uma aciona um motor metabólico diferente.
🔹 Zona 1 – Leve: ritmo tranquilo. Favorece a recuperação após treino e estresse, melhora circulação e mobilidade. Ideal para descanso ativo.
🔹 Zona 2 – Confortável: melhora o fôlego e a base aeróbica. Você deve conseguir conversar sem ofegar e sustentar o ritmo por horas. É vital para queima de gordura, resistência e longevidade.
🔹 Zona 3 – Moderada: respiração acelerada, fica mas difícil falar. Mantém o condicionamento, mas não melhora o VO₂. É o “purgatório” dos treinos — cansativo demais para recuperar rápido, leve demais para evoluir a VO2.
🔹 Zona 4 – Intensa: quase sem fôlego. O corpo trabalha próximo ao VO₂ máximo, ampliando a capacidade cardiovascular e o limiar anaeróbico. Potente, exige recuperação.
🔹 Zona 5 – Máxima: sprints, subidas, tiros curtos. Aqui o corpo chega ao limite do fôlego — o oxigênio já não dá conta sozinho e o corpo começa a usar glicose pura como combustível. Alta adaptação, alto custo. Use com parcimônia.
⭐ Como saber em qual zona você está:
📏 Fórmula prática:
220 – sua idade = frequência cardíaca máxima (FC máx).
Depois, aplique os percentuais:
Zona | % da FC Máxima | Intensidade |
|---|---|---|
🔷 Zona 1 | 50 – 60 % | Leve |
🔷 Zona 2 | 60 – 70 % | Confortável |
🔷 Zona 3 | 70 – 80 % | Moderada |
🔷 Zona 4 | 80 – 90 % | Intensa |
🔷 Zona 5 | 90 – 100 % | Máxima |
💡 Se já fez teste de esforço, ou atingiu frequências maiores em treino, use o valor real — é mais preciso e pode variar ~20 bpm para mais ou para menos em relação à fórmula. Ele mostra como o corpo reage de fato ao esforço.
📲 Com relógio inteligente: observe os picos em treinos intensos.
Se atingir, por exemplo, 186 bpm e sentir que está no limite, esse é seu valor máximo — mais real que a fórmula.
Esse foi um treino onde atingi a zona 5 duas vezes:


Minha frequência máxima com 51 anos seria 169 (220 - 51). Mas como cheguei a 186, esse passou a ser o meu novo valor (esse cálculo apresenta variações de até 20 para mais ou menos).

Com sua frequência personalizada, recalcule as zonas e treine com segurança e precisão. 🔷🔶
🧬 Estratégias e Biohacks - Estratégia básica
💙🧡 Treine com segurança
Se você treina como um atleta, precisa ser avaliado como um atleta.
Passe por um cardiologista antes de subir a intensidade.
🟦 Até 40 anos — Exame físico + eletrocardiograma. Teste de esforço se houver sintomas ou histórico familiar.
🟦 Dos 40 aos 60 — Incluir teste de esforço e exames de sangue (colesterol, glicose, marcadores inflamatórios). Hora de mapear riscos silenciosos.
🟦 Acima de 60 — Revisão anual. Teste de esforço; ecocardiograma e avaliação vascular quando indicados.
🔷🔶 Conheça seus limites para ampliá‑los com segurança.
🔵🟠 Treino Polarizado: o método da longevidade
A zona 3 é o purgatório de quem treina. Intensa demais para recuperar, leve demais para evoluir o VO₂. É o pior dos mundos.
A melhor estratégia é o treino polarizado: 80% em zona 2 e 20% em zonas 4/5. Essa combinação maximiza a base aeróbica, eleva o VO₂ máx e preserva as articulações.
🟠🔵 Exemplo Prático👇
🔷 Protocolo Zona 2 (3x/semana)
Método: esteira inclinada (8–12%) ou bicicleta ergométrica com resistência leve.
Frequência cardíaca: 60–70% da máxima. Calcule: (220 - sua idade) × 0,60 a 0,70.
Duração: 40–50 minutos por sessão. Se falar é fácil, você está na intensidade certa.
🔶 Protocolo HIIT (2x/semana)
Estilo Sprint Longevidade:
Aquecimento: 5 minutos leves
8 rounds: 30 segundos máxima intensidade + 90 segundos de recuperação ativa
Desaquecimento: 5 minutos leves
Equipamento: bicicleta, remo ou escada (evite corrida intensa se houver histórico articular).
Frequência cardíaca: acima de 85% da máxima nos sprints — falar deve ser impossível.
💙 Resumo semanal
🔵🟠 Treino polarizado | Sessões por semana | Tempo Total | Objetivo Principal |
|---|---|---|---|
🔷 Zona 2 — base aeróbica | 3 sessões | 120–150 min | Melhorar resistência e eficiência mitocondrial |
🔶 HIIT — potência e VO₂ máx | 2 sessões | 30–40 min | Aumentar capacidade cardiovascular e força explosiva |
💙 Total Semanal | 5 sessões | < 4 horas | Máxima performance com plena recuperação e longevidade comprovada |
Treinar nos extremos entrega o melhor dos dois mundos: máxima performance com plena recuperação. 💙🧡
⚠️ Nota prática: use um monitor cardíaco, anel ou smartwatch. Eu uso um Galaxy Smartwatch 6.
💊 Suplementos da Semana — Cuidado com Antioxidantes 💙🧡
⚡ Radicais livres não são inimigos. São sinais que ativam AMPK e PGC-1α, impulsionando a criação de mitocôndrias — suas usinas de energia.
AMPK é o alarme de energia das células — avisa quando falta combustível e prepara a célula para se adaptar e produzir mais energia.
PGC‑1α constrói novas mitocôndrias, as fábricas de energia do corpo.
São como dois botões que quando acionados aumentam a produção de energia, quantidade de mitocôndrias e quiçá a longevidade.
🚫 Evite megadoses: vitamina C (1.000 mg), E (400 UI) e resveratrol (250 mg) podem bloquear essa adaptação.
Dê um intervalo de 3 horas antes e 4 a 6 horas após o treino para usar esses antioxidantes.
🔵🟠 Prefira aliados inteligentes:
🔷 Taurina (1–3 g, 1 h pré-treino) — a taurina estabiliza e protege o coração, os músculos e sistema nervoso.
🔷 Rhodiola rosea (200–400 mg/dia) — a Rhodiola aumenta a energia e reduz a fadiga, além de estimular a AMPK como os aeróbicos. Leia mais sobre a rhodiola aqui.
🔷 Magnésio bisglicinato (200–400 mg, 2 h antes) — O magnésio relaxa vasos e sustenta performance.
💬 Resumo: o corpo precisa sentir o esforço para evoluir. Intervir demais é frear o progresso.
Você encontra esses e outros suplementos nos links acima e pode usar o cupom contraacorrente para desconto.
🎨 A Favor da Beleza — Rocketman 🔷🔶
🎬 Em Rocketman, Elton John sobe ao palco do Troubadour hesitante. Aos poucos, o corpo assume: respiração, suor e ritmo em sincronia. O som vira movimento. O movimento vira energia.

🏃♂️ O treino aeróbico é igual. Mitocôndrias no limite, endorfinas em alta, mente precisa. Tudo flui.
✨ É a mesma epifania — o instante em que biologia e ritmo se tornam uma coisa só.
💙 Foque no aeróbico. E escute Elton John.
Se o gratuito já te entregou clareza, imagine o PRO.
🔵🟠 Contra a Corrente PRO é aplicação clínica real: toda semana uma edição exclusiva para usar já na prática, + curso Saúde Singular, 2 IA´s clínicas, comunidade e materiais bônus.
🧪 Como você avalia a edição de hoje?
Gostou?
Já somos milhares que decidiram nadar contra a corrente.
🚀 Compartilhe o canal com quem também cansou do óbvio e ajude outras pessoas a serem mais saudáveis e a viverem mais e melhor!
E se ainda não se inscreveu na comunidade gratuita do Telegram, clique abaixo para mais conteúdo e aprendizado.
📧Toda terça-feira às 9h uma nova edição com muito conteúdo para que você fique mais saudável, inteligente e feliz.
Até a próxima edição.
Dr. Christian Aguiar - Contra a Corrente
🔬 Referências:
Kodama, S., Saito, K., Tanaka, S., Maki, M., Yachi, Y., Asumi, M., … Sone, H. (2009). Cardiorespiratory fitness as a quantitative predictor of all-cause mortality and cardiovascular events in healthy men and women: A meta-analysis. JAMA, 301(19), 2024–2035. https://doi.org/10.1001/jama.2009.681 JAMA Network
Ross, R., Blair, S. N., Arena, R., Church, T. S., Després, J.-P., Franklin, B. A., … American Heart Association. (2016). Importance of assessing cardiorespiratory fitness in clinical practice: A case for fitness as a clinical vital sign. Circulation, 134(24), e653–e699. https://doi.org/10.1161/CIR.0000000000000461 Revistas AHA
American Thoracic Society & American College of Chest Physicians. (2003). ATS/ACCP statement on cardiopulmonary exercise testing. American Journal of Respiratory and Critical Care Medicine, 167(2), 211–277. https://doi.org/10.1164/rccm.167.2.211 ATS Journals+1
Tanaka, H., Monahan, K. D., & Seals, D. R. (2001). Age-predicted maximal heart rate revisited. Journal of the American College of Cardiology, 37(1), 153–156. https://doi.org/10.1016/S0735-1097(00)01054-8 JACC
Garber, C. E., Blissmer, B., Deschenes, M. R., Franklin, B. A., Lamonte, M. J., Lee, I.-M., Nieman, D. C., & Swain, D. P. (2011). American College of Sports Medicine position stand: Quantity and quality of exercise for developing and maintaining cardiorespiratory, musculoskeletal, and neuromotor fitness in apparently healthy adults—Guidance for prescribing exercise. Medicine & Science in Sports & Exercise, 43(7), 1334–1359. https://doi.org/10.1249/MSS.0b013e318213fefb PubMed
Stöggl, T., & Sperlich, B. (2014). Polarized training has greater impact on key endurance variables than threshold, high-intensity, or high-volume training. Frontiers in Physiology, 5, 33. https://doi.org/10.3389/fphys.2014.00033 Frontiers+1
Milanović, Z., Sporiš, G., & Weston, M. (2015). Effectiveness of high-intensity interval training (HIT) and continuous endurance training for VO₂max improvements: A systematic review and meta-analysis of controlled trials. Sports Medicine, 45(10), 1469–1481. https://doi.org/10.1007/s40279-015-0365-0 PubMed
Egan, B., & Zierath, J. R. (2013). Exercise metabolism and the molecular regulation of skeletal muscle adaptation. Cell Metabolism, 17(2), 162–184. https://doi.org/10.1016/j.cmet.2012.12.012 ScienceDirect
Paulsen, G., Cumming, K. T., Holden, G., Hallén, J., Rønnestad, B. R., Sveen, O., … Raastad, T. (2014). Vitamin C and E supplementation hampers cellular adaptation to endurance training in humans: A double-blind, randomised, controlled trial. The Journal of Physiology, 592(8), 1887–1901. https://doi.org/10.1113/jphysiol.2013.267419 Physoc Online Library
Gliemann, L., Nyberg, M., & Hellsten, Y. (2013). Resveratrol blunts the positive effects of exercise training on cardiovascular health in aged men. The Journal of Physiology, 591(20), 5047–5059. https://doi.org/10.1113/jphysiol.2013.258061 Physoc Online Library
