Você é uma máquina bioquímica em constante movimento.
As vitaminas do complexo B ativam enzimas, regulam genes e equilibram neurotransmissores. A colina e o inositol reforçam esse eixo fundamental.
Nesta edição, você aprenderá a identificar deficiências e corrigi-las com alimentação, exames e suplementação estratégica.
🏃 Além do Óbvio — Decodificando o complexo B
Você precisa das vitaminas do complexo B para energia celular, produção de neurotransmissores e regulação do DNA. Quando faltam, seu corpo avisa cedo com sinais como língua inflamada, fadiga profunda ou lapsos de memória.
Resolver esses pequenos sintomas agora evita grandes problemas depois.
Mas como você reconhece e corrige, na prática, deficiências do complexo B, colina e inositol?
Observe três áreas principais:
🔎 Pele, boca, cabelos e unhas
Essas áreas se renovam rápido e exigem alto metabolismo, por isso costumam dar os primeiros sinais de alerta:
Deficiência de vitaminas B2, B3, B6, B7, B9 e B12: língua avermelhada ou lisa, fissuras nos cantos da boca, dermatite seborreica, unhas frágeis, queda de cabelo.

🧠 Sistema nervoso
Sem vitaminas B, colina e inositol, seu sistema nervoso sofre: cai a produção de neurotransmissores, e a proteção dos nervos se deteriora.
Vitaminas B1 e B3: cansaço profundo, irritabilidade, apatia e confusão.
Vitaminas B6, B9 e B12: ansiedade, insônia, memória fraca, formigamento, humor deprimido.
Colina e Inositol: memória fraca, dificuldade de concentração, ansiedade e sono irregular.
⚡ Produção de energia
Sem as vitaminas B, colina e inositol, seu metabolismo desacelera, causando fadiga e baixo desempenho.
Vitaminas B1, B2 e B3: essenciais para transformar carboidratos em energia e respiração celular. Sua falta causa fadiga, exaustão pós-refeição e pode piorar resistência à insulina.
Vitaminas B5, B6 e B7: queimam gorduras, regulam hormônios e glicose. Sua falta causa fraqueza, pele sem brilho e queimação nos pés.
Vitaminas B9 e B12: produzem glóbulos vermelhos para transportar oxigênio. Sua ausência gera palidez, fôlego curto e fadiga constante.
Colina e Inositol: regulam memória, fígado e energia. Sem eles, aparecem névoa mental, ansiedade e oscilações energéticas.
🍳 A melhor forma de evitar déficits do complexo B, colina e inositol é incluir na dieta alimentos naturalmente densos e funcionais. Na próxima seção, você descobrirá quais são e como incluí-los na sua rotina.
🥑 Nutrição Fora da Curva — como bater as metas do complexo B
Alcançar e até superar suas necessidades de complexo B, colina e inositol é fácil com alimentos comuns da mesa brasileira. Foque em densidade nutricional e o resultado aparece.
👉 Plano prático para o seu dia a dia:
🔴 Se você é carnívoro
• Coloque 3 ovos no prato todos os dias.
• Varie carnes magras (≈150 g/dia).
• Inclua 30 g de queijo curado e 200 ml de iogurte ou kefir.
• Reserve um dia na semana para 150 g de fígado e outro para sardinha (120 g, 2x/sem).
• Complete com 10 g de levedura de cerveja.

🟠 Se você é onívoro
• Mantenha 3 ovos por dia.
• Adicione 1 xícara de feijão ou lentilha.
• Encha o prato de folhas verdes.
• Use 1 colher de sopa de sementes de abóbora.
• Acrescente 30 g de oleaginosas ou amendoim.
• Coloque 1 colher de sopa de levedura nutricional.
• Não esqueça da sardinha (120 g, 2x/sem).

🟢 Se você é vegetariano (lacto-ovo)
• Aposte em 3 ovos por dia.
• Inclua 1 xícara de feijão ou lentilhas.
• Use 1 colher de sopa de levedura nutricional fortificada (B12).
• Some 200 ml de iogurte ou kefir e 30 g de queijo curado.
• Acrescente 1 colher de sopa de sementes de abóbora e 30 g de oleaginosas.
• Complete com 3–5 g de spirulina/clorella.
• Se quiser, finalize com 1 colher de sopa de pólen.

🟣 Se você é vegano
Levedura nutricional fortificada com B12: 2 colheres de sopa/dia (≈5 g cada, total ≈10 g) para B12 e complexo B.
Clorella: 3–5 g/dia para reforçar vitaminas e minerais.
Colina: Grãos integrais (gérmen de trigo, quinoa), complementados com lecitina de soja (3 c.s./dia).
Mantenha diariamente leguminosas (1–2 xícaras), crucíferas, sementes e oleaginosas.
Simples, prático e eficiente.
🔒 Apenas membros Pro: Vamos explorar aqui gama-GT, TGO, TGP e a metabolômica da via triptofano-quinurrenina — chaves para decifrar o estresse oxidativo e revelar deficiências ocultas de vitamina B6.
📚 Leitura Contra a Corrente — O Poder dos Nutrientes (William Walsh)
Este livro foi transformador para mim como médico. Recomendo para qualquer pessoa interessada em nutrição, bioquímica e saúde mental.
Walsh explica, de maneira clara e direta, que muitos problemas emocionais e psiquiátricos começam em desequilíbrios bioquímicos no corpo. Nutrientes específicos, utilizados corretamente, podem restaurar a saúde do cérebro e melhorar o bem-estar emocional.
Sua abordagem dá continuidade aos trabalhos pioneiros de Abram Hoffer e Carl Pfeiffer. Pequenas correções na metilação e acetilação — interruptores epigenéticos — regulam a sinalização de serotonina, dopamina e GABA.
Para começar, recomendo a leitura dos quatro primeiros capítulos. Em seguida, escolha os que mais chamarem a sua atenção.
Um exemplo simples: vitaminas B3, B9 e B6
Vitamina B3 (niacina/niacinamida). Walsh sugere que a vitamina B3 é especialmente útil em pessoas com perfil supermetilado, pois ajuda a remover o excesso de grupos metil pela via da niacinamida-N-metiltransferase. Na prática, isso pode reduzir ansiedade, agitação e outros sinais de excesso.
Vitamina B9 (folato). Nos perfis supermetilados, o uso do ácido fólico ou ácido folínico pode ser benéfico, favorecendo a acetilação e equilibrando neurotransmissores elevados. Em contrapartida, Walsh alerta que em submetilados o folato pode causar piora paradoxal — é preciso ter cautela clínica.
SAMe e folatos: Se houver intolerância ao SAMe — por exemplo, em bipolares com risco de virada maníaca — não vale pular direto para metilfolato. O passo certo é reavaliar o perfil de metilação e, com supervisão profissional, ajustar rotas como ácido folínico, vitamina B6 e zinco.
Vitamina B6. A deficiência de B6 limita a produção cerebral de serotonina, dopamina e GABA. Isso pode levar à irritabilidade, tristeza inexplicável, problemas de memória recente e insônia. Walsh menciona ainda que a combinação de baixa vitamina B6 com baixos níveis de zinco pode estar associada à pirrolúria, condição presente em alguns casos de esquizofrenia, TEA e TDAH.
Onde encontrar facilmente esses nutrientes:
• B3: fígado, atum, frango, amendoim.
• B9: couve, rúcula, lentilhas, feijão, fígado.
• B6: fígado, sardinha, frango, lombo de porco, grão-de-bico, banana.
Atenção prática: não recomendo suplementar essas vitaminas em pessoas com transtornos psiquiátricos sem orientação especializada. Doses acima das encontradas em polivitamínicos podem interagir com medicamentos e agravar sintomas se utilizadas incorretamente.
Leia os quatro primeiros capítulos do livro e deixe sua opinião e dúvidas no Telegram e respondendo esse e-mail.
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Dr. Christian Aguiar - Contra a Corrente
